Nascido em 10 de maio de 1953, na cidade de Três Pontas, Minas Gerais, José Oswaldo de Siqueira era filho de Adélia Augusta dos Reis com José Segundo de Siqueira, e tinha mais oito irmãos. Casou-se com Ângela Maria Menezes de Siqueira, com quem teve dois filhos: José Oswaldo de Siqueira Junior e Thiago Menezes de Siqueira. 

Estudou em escolas públicas, chegando a cursar, no ensino médio, um curso de técnico em química industrial. Na graduação, formou-se em Engenharia Agronômica pela UFLA, à época chamada ESAL, onde estudou entre os anos 1972 e 1976. Na pós-graduação, cursou o mestrado na área de Agricultura na Universidade da Flórida, onde também cursou o doutorado na área de Ciência do Solo, concluído em 1983. Sua formação e experiência englobam, portanto, a área de agricultura, com especialidade em Ciência do Solo/Microbiologia e Biotecnologia, destacando-se a atuação em Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) e Biossegurança Ambiental, Degradação e Recuperação Ambiental.

Esse currículo o fez ser admitido para o cargo de professor colaborador do setor de Ciência do Solo da ESAL/UFLA, a partir de 1977. Desde então, ocupou diversos cargos de docência até o ano de 2011, quando se aposentou. Atuou também em outras instituições, como no CNPq, entre 2007 e 2011, no cargo de Diretor de Ciências da Vida. Outro cargo importante foi no Instituto Tecnológico Vale, local em que atuou como Diretor de Desenvolvimento Sustentável em Belém/PA, entre 2011 e 2020.

Ganhou, portanto, uma vasta experiência em Gestão Acadêmica e Pós-graduação, gestão de C&T, Propriedade Intelectual e Processos de Inovação, Relacionamento Universidade-Empresa, Cooperação Internacional, Programas e Projetos Institucionais e Direção e Liderança Executiva. Atuou também como Consultor em Programas Institucionais de P&D no setor público e empresarial, Manejo de sistemas Agrícolas, Meio Ambiente, Desenvolvimento Rural e Sustentabilidade.

Em sua carreira, produziu de 260 artigos, posteriormente publicados, 15 livros, 38 capítulos, 7 patentes, sobretudo voltados ao estudo do solo. Além disso, foi orientador de 40 estudantes em Iniciação Científica e Aperfeiçoamento, e orientador ou co-orientador de mais 100 estudantes de mestrado, doutorado e pós-doutorado. Proferiu mais de 240 conferências, seminários e palestras como convidado em eventos científicos nacionais e internacionais, destacando-se como Keynote Speaker em diversos deles. 

Em vista da importância de seu trabalho, registra mais de 30 prêmios e homenagens. Em 2022 foi listado dentre os 30 brasileiros no top scientists ranking for Plant Science and Agronomy pelo Research.com., com H-Index 30 e 4.541 citações. Em 2018, uma espécie de fungo do solofoi descrita em sua homenagem: Gigaspora siqueirae (ainda não publicada) forma simbiose com as raízes das plantas. O professor também recebeu o prêmio Mérito Universitário concedido pelo Conselho Universitário da UFLA em 2007. Foi admitido como Comendador Ordem do Mérito Científico da Presidência da República em 2008, e promovido à classe Grã-Cruz Ordem do Mérito Científico da Presidência da República em 2010. Foi laureado com o Prêmio Mercosul de C&T, pelo desenvolvimento do produto AgroSiCa a partir de rejeito da indústria de Fosfatos da Vale em 2015. Esses são apenas alguns dos destaques alcançados.

A relação com a UFLA

“A UFLA representa tudo na minha vida. Eu estava no Exército e tinha planos de seguir carreira militar na área de pesquisa, e me especializar em Química Bélica. Para isso, tentei ingressar na Aman, em Rezende-RJ. Passei um tempo lá e percebi que não era bem aquilo que queria, pois tinha de me formar lá primeiro para depois seguir na pós-graduação no IME. Daí decidi ir para Juiz de Fora morar com um tio e fazer cursinho para entrar na UFJF,  e estudar Química. Um dia, por acaso, voltando de Juiz de Fora de carona, indo para Boa Esperança com um tio que era egresso da ESAL, ele resolveu entrar no câmpus  para uma visita e, ao passar pelo prédio da diretoria, vi um cartaz escrito à mão  com os dizeres ‘Inscrições abertas para o vestibular’.  Ao ver aquele anúncio , disse para o meu tio: quem sabe eu estudo aqui ? Ele imediatamente respondeu: ‘ótima ideia!’. Me inscrevi , prestei o vestibular e fui aprovado. Assim, mudei da química bélica, que mataria, para a química agrícola, que alimentaria, e tudo deu muito certo.

Cabe ressaltar que, quando criança, eu fazia parte do Clube 4S da antiga Acar, e eu já havia feito uma vista aqui na ESAL com esse grupo. Havia ficado bem encantado com o que vi aqui, mas vir estudar em lavras nunca esteve nos planos. Foi um acaso muito importante na minha vida. Enquanto estudava graduação aqui , ministrava aulas de química em Boa Esperança nos finais de semana e já iniciava monitoria e pesquisas no Departamento de Química, com o professor Russeliere Matos. Fui me empolgando com isso e, no meu segundo semestre de ESAL,  fui fazer um curso de espectrofotometria de absorção atômica na UFMG, com um professor recém chegado do pós-doutorado na França, e foi muito proveitoso. Daí para frente, minha relação com a ESAL se materializou.”  

Currículo Lattes

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