Ao longo da história da EAL, ESAL e UFLA, algumas árvores se tornaram símbolo e foram associadas a aqueles que protagonizaram grandes realizações.
Em “A Saga Esaliana”, texto de autoria de Sílvio (Bi) Moreira, publicado no jornal “Acrópole” de 05/09/1987, o autor faz uma síntese desta história por meio de árvores, realizando essa correspondência.
A SAGA ESALIANA
1869 - 1893
AO CALOR DA LAREIRA
Se o lume aceso em Campinas, em 1869, não tivesse sido preservado e transferido para Lavras, em 1893, não haveria o Instituto Evangélico e, dentro dele, a figura carismática de Samuel Rhea Gammon, que chegou ao Brasil, em 1890.
1908 - 1922
À SOMBRA DO JATOBÁ - Sonho e realidade
Percorrendo uma vasta região, muitas vezes a cavalo, o Dr. Gammon sentia a necessidade de ser racionalmente explorado o solo brasileiro e numa de suas viagens aos Estados Unidos, convidou o jovem agrônomo Benjamin Harris Hunnicutt, que se integrou ao trabalho missionário, chegando ao Brasil em 1907 e instalando, no ano seguinte, na chácara Dr. Jorge(*), à sombra do velho jatobá, que já era árvore frondosa e em cujos troncos e galhos, que se transformaram num arquivo vegetal, os alunos inscreviam as iniciais de seus nomes.
1922-1942
À SOMBRA DO ÓLEO COPAÍBA - A casa própria
O sonho acalentado à sombra do jatobá atravessou o córrego e, em 1920, lançou-se a pedra fundamental do prédio Álvaro Botelho, inaugurado em 1922. Era a casa própria anelada pela primeira geração.
1942-1963
À SOMBRA DA PALMEIRA - O crescimento e o cinquentenário
O sonho acalentado à sombra do jatobá atravessou o córrego e, em 1920, lançou-se a pedra fundamental do prédio Álvaro Botelho, inaugurado em 1922. Era a casa própria anelada pela primeira geração.
1942-1963
SOMBRA DA PALMEIRA
O crescimento e o cinquentenário
1963 ad infinitum
ACIMA DA COPA DA PALMEIRA
A federalização e a expansão.
*Atual câmpus Chácara, do Instituto Gammon.
Ainda, a cada um destes grandes realizadores, o redator concedeu um título:
JATOBÁ (Hymenaea courbaril) simboliza o sonho do prof. Samuel Rhea Gammon. Esta árvore secou em 1940.
Prospecto Instituto Gammon, sd. O Jatobá ficava junto ao muro do Instituto Gammon, na divisa com a Avenida Pedro Salles. O “Colégio Municipal de Lavras” mencionado na legenda fazia referência ao colégio Gammon, em um período em que esteve municipalizado.
ÓLEO-COPAÍBA (Copaifera langsdorffi): simboliza a realização do Prof. Benjamim Harris Hannicutt
ÓLEO DE COPAÍBA
Como velho habitante deste outeiro,
Dominavas sozinho este cenário,
Onde instalou trabalho pioneiro
Um jovem e idealista missionário,
Que projetou, com fé, belo roteiro
De erguer aqui um grande educandário,
A fim de que o teu porte sobranceiro
Não fosse eternamente solitário.
Eis que, ao lado da tua majestade,
Grandes obras surgiram, em profusão,
Compondo o sonho da Universidade.
Tornou-se fato a idéia alentadora
- Da qual és testemunho e tradição
Com tua sombra amiga e protetora!
Bi Moreira (junho de 76)
Jornal Tribuna de Lavras 8/9/1980
À SOMBRA DO ÓLEO DE COPAÍBA
Primitivo habitante deste outeiro
Sozinho dominavas o cenário
Onde instalou trabalho pioneiro
Um jovem e idealista missionário
Que projetou, com fé, audaz roteiro
De erguer aqui um grande educandário
A fim de que o teu porte sobranceiro
Não fosse eternamente solitário.
Eis que, ladeando a tua majestade
Grandes obras surgiram em profusão,
Compondo o sonho da Universidade.
Tornou-se fato a idéia alentadora
- Da que és testemunho e tradição
Com tua sombra amiga e protetora!
ESAL, 1976
(versão modificada, publicada em 1987)
Jornal Acrópole 05/09/1987
Imagens publicadas no jornal Acrópole em 05/09/1987
Óleo de Copaíba
Jatobá. Desenho de Silvestre Rondon Curvo
PALMEIRA-IMPERIAL (Roystonea oleraceae): simboliza a consolidação da Escola
OUTRAS ÁRVORES
Além das árvores e da palmeira, vieram tantas outras, levando à dinamização da escola por meio da federalização preconizada por Alysson Paulinelli em 1963, e à transformação em universidade, por Silas Costa Pereira em 1994. Desde então, muitas árvores e palmeiras vêm sendo plantadas, como um marco forte dessa universidade no Brasil.
No final da década de 1960, sob a orientação do professor Maurício de Souza, na área em frente ao prédio Dr. Odilon Braga, foram plantadas duas mudas de ipê-branco, uma de cada lado, pelas alunas Janice Guedes de Carvalho e Anamaria Carvalho de Souza. O ipê plantado ao lado direito do prédio não subsistiu e foi replantado em 2012. Janice Carvalho foi professora do Departamento de Solos, falecendo em 2013.
Sem identificação.
Ipê-branco
22/08/2008
Foto: Patricia Paiva
Por ocasião da inauguração da restauração da praça do Câmpus Histórico, em 6/9/2012, além dos dois ipês brancos já existentes, quatro mudas de ipê-amarelo foram plantadas nessa área, simbolizando as árvores do início da história e seus realizadores.
Professor aposentado, Fábio Cartaxo, plantou uma muda, simbolizando o sonho do professor Samuel Rhea Gammon
Reitor na época, professor Antonio Nazareno G. Mendes plantou uma muda, simbolizando a instalação da escola pelo professor Benjamim Harris Hannicutt
Ex-ministro, professor Alysson Paulinelli, plantou uma muda em alusão a sua dinamização no processo de federalização da Escola.
O Professor aposentado Silas Costa Pereira plantou uma muda em alusão a sua atuação no processo de transformação da ESAL em Universidade Federal de Lavras (UFLA)